Quem partilha, evangeliza!

“(...) E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse-lhe: Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos? E disse Jesus: Mandai assentar os homens. (...). E Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos pelos que estavam assentados; e igualmente também dos peixes, quanto eles queriam” (Jo 6, 8-11).

Caro paroquiano, ou amigo de nossa Paróquia,

Partindo do pressuposto de que, quem ama sabe partilhar, vimos que a evangelização nasce de um coração que partilha. No âmbito eclesial, entendemos que a Igreja pra evangelizar sempre dependeu dos fiéis, mesmo que toda a ação seja do Espírito Santo de Deus, que é sempre providente. Contudo, a providência passa por nossas mãos, ou seja, Deus age providencialmente através das ações de cada um.

Como é importante vermos a nossa comunidade crescer na evangelização, mas também na sua estrutura, pois ela também evangeliza, seja numa torre, que naquele lugar confirma a missão da Igreja de apontar o céu, seja num ambiente limpe, higienizado em que todos os espaços são muito bem cuidados, expressando assim, zelo pela casa do Senhor. Pois bem, tudo isso acontece, graças a capacidade da comunidade de partilhar.

Quando falamos de partilha, falamos de doação, entrega, estender as mãos, ajudar, colaborar, consagrar o dízimo, ofertar. Compreendamos que partilhar não se refere somente a dividir conhecimento, doar um pouco do talento, do tempo, mas é também uma atitude, partilhar o tesouro, ou seja, de meus recursos financeiros, como forma de ser grato a Deus, por tudo que ele me deu e ajudar a minha comunidade de irmãos, a Igreja, que em sua natureza, evangeliza.

Desde o mês de junho, vimos trabalhando para conscientizar cada paroquiano de sua corresponsabilidade evangélica, pois quando eu partilho, eu também sou um evangelizador, contribuo para o cuidado com a Igreja, ajudo na manutenção dos ministros que se dedicam a missão, colaboro com todas as ações pastorais e ajudo a minha comunidade, no bairro onde moro, a ser luz, iluminando e santificando.

No episódio da multiplicação dos pães, os discípulos desejaram despedir as pessoas para não terem problemas, não pensaram que o primeiro passo de um milagre seria a partilha. Pois bem, quando Jesus os repreendeu que deveria providenciar o que comer para o povo, murmuraram, mas encontraram, cinco pães e dois peixes. Mas, o que seria isso para uma multidão? Seria muito, pois nada nas mãos de Cristo é pouco: “O pouco com Deus é tudo”. Os cestos, antes com cinco pães e dois peixes, agora tornaram-se em vários peixes e pães, onde todos comeram, ficaram satisfeitos e ainda sobrou.

Sendo assim, quando somos generosos em nossas ações, Deus também age com generosidade e torna o nosso pouco em muito, desde que seja dado com alegria e amor, sem pesar e sem dor. A partilha não é um sacrifício penante, mas um sacrifício de amor, dado com alegria e prontidão. Portanto, meus caros, se desejamos ver os cestos de nossa Igreja, cheios de pães e peixes, é necessário amar e partilhar, partilhar generosamente. Recordemos que André, ofereceu tudo que encontrou (cf. Jo 6,8), a viúva deu tudo que tinha (cf. Lc 21,2), os apóstolos no primeiro retrato da comunidade cristão, juntamente com os amigos, as mulheres e tantos outros, partilhavam tudo que tinha e viviam num só coração (cf. At 2,42-47). Junte-se a nós e ajude-nos a formar uma comunidade de amor e de partilha, consequentemente, mais evangelizadora.

Pe. Paulo Nunes Santos e Pe. Janio Reis da Silva